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Canta-me um hino!

terça-feira, agosto 29, 2006

A noiva do emigrante

Sentada na beira do sofá, tem os olhos fixos no vazio e os ouvidos a reinventarem conversas antigas.
Na almofada ficou o cheiro dele. Não de perfume ou de champô, o cheiro da pele, que lhe entra pelas narinas e lhe desperta os sentidos.
Vê fotografias e cada momento é ampliado até uma visão microscópica lhe desvendar o segredo de cada molécula de recordação.
Conta os dias que faltam para o fim-de-semana, para o café quente de manhã, para as mãos que se entrelaçam no sono.
Faz da saudade uma amiga, companheira e oferece-lhe uma lágrima gorda de nostalgia e vaidade. É vaidosa dele. De passear com ele na rua, de o saber seu. O seu homem.
Agradece a Deus a sua sorte, a sorte que juntou as linhas das suas vidas, que as coseu, que lhes deu tantos nós impossíveis de desatar.
No meio da angústia que a distância provoca, porque o seu emigrante anda longe de casa, há uma serenidade que a preenche. Ela sabe que ele há-de chegar. Que um dia vai entrar pela porta e dizer:
- Amor, cheguei!
E vai ficar para sempre.

Sentada na beira do sofá, tem os olhos fixos no futuro e os ouvidos a adivinharem conversas sem fim. Ela, a noiva do emigrante…

4 Comments:

  • At 12:35 da manhã, Anonymous Anónimo said…

    Não quero alguém que morra de amor por mim...

    Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

    Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

    Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

    Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...

    E que esse momento será inesquecível...

    Só quero que meu sentimento seja valorizado.

    Quero sempre poder ter um sorriso estampando meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...

    E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

    Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...

    E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

    Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

    Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele.

    Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

    Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

    Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

    Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim".

    Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros...

    Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

    Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...

    Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...

    E que valeu a pena!

     
  • At 11:11 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    ...mas ela, a noiva, e o seu emigrante, têm um dom: cada pensamento dela é o o pensar dele; cada lágrima de saudade ("companheira" de vazios) evapora-se e fica nuvem, chovendo nos olhos dele (sim dele, que julgava ter secado a fonte há já tanto tempo!).
    É por telepatia que se serenam. Mútuamente. A sério, é mesmo! Sabem ambos, por isso, que "algo" lhes traçou o fado: eles são no outro. Porque assim está determinado. Ponto final.
    Quando?
    Não sabem. Sabem só que será assim. E é isso que que atenua a dôr.
    Até já meu amor. Já já

     
  • At 1:50 da manhã, Blogger Poemas e Cotidiano said…

    Que lindo seu conto! Quantas bonitas palavras formam um sentimento...
    "lagrima gorda"...gostei...
    Beijos
    MARY

     
  • At 8:12 da tarde, Blogger Luís said…

    Faço minhas as palavras da "Dreams": não sabia mesmo...

     

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