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Canta-me um hino!

segunda-feira, janeiro 08, 2007

Naquela tarde sem horas, amei-te em segredo.
Em segredo enquanto, enroscado num sono inocente, dormias no sofá, sem suspeitares da teia de amores com que te envolvia.
Amei-te num amar doce de domingo à chuva.
Amei-te num jeito quase maternal de quem quer apertar o amor no colo.
Amei-te a curva do pescoço, as costas mal cobertas pela manta demasiado pequena.
Amei-te entre baforadas de fumo silenciosas e o cheiro que se desprendia do teu cabelo.
Amei-te na respiração pesada e nos olhos meios febris.
Quando os abriste, espantado como uma criança, e perguntaste “como dormi tanto?”, amei-te com uma ternura desmedida.
Sorri. Dormiste embalado pela paz com que eu te velava. Comovi-me. E assaltou-me o desejo louco de despertar no menino o homem que amo em todas as horas.

1 Comments:

  • At 2:28 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    Não sabe nada do amor quem nunca foi amado assim.
    E nem sabe que há alguém que vela por nós.
    Alguém que nos permite a vida como ela devia ser.
    Alguém que nos amolece o corpo e o contorce para um descanso em verdadeira paz, numa tarde qualquer, em qualquer lugar (porque o carinho nos proteje e nos derrete e nos encaixa no mais ínfimo cantinho).
    Quem não foi amado assim não pode acreditar em anjos.

     

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