Enterrar o passado
Há mergulhos e mergulhos e pergunto se os mais arriscados serão os mergulhos no futuro com a sua taxa de imprevisibilidade ou os mergulhos nas memórias do passado.
Mergulhar no futuro é fácil quando, como eu, conhecemos a serenidade das águas em que nadamos.
Mergulhar de visita ao passado é mais difícil. Pensamos que não tem perigo porque já o conhecemos e porque no nosso intimo sabemos que o passado já passou. Mas na verdade o nosso cérebro não nos poupa as partidas e deixa as emoções navegarem no mar de lembranças. Sobretudo se mergulhamos em passado alheio que o presente encarregou de fazer nosso.
Mergulhei. Num acto de fé. Disse a mim própria “não há esqueletos que me assustem!”
E assim, de forma talvez impulsiva e certamente apaixonada, resolvi confrontar-me com todos eles (os esqueletos).
Ao princípio alguns ainda me arrepiaram um pouco, pela carga emotiva que conservavam nas ossadas, enquanto os desenterrava. Depois pasmei-me: Não lhes guardo rancor, não os odeio. São apenas tristes, ridículos no seu amontoado tétrico, dignos de dó.
Venci-os. Eles que fiquem enterrados, que eu agora vou mergulhar noutras águas.
Nestas que só passam uma vez…
Mergulhar no futuro é fácil quando, como eu, conhecemos a serenidade das águas em que nadamos.
Mergulhar de visita ao passado é mais difícil. Pensamos que não tem perigo porque já o conhecemos e porque no nosso intimo sabemos que o passado já passou. Mas na verdade o nosso cérebro não nos poupa as partidas e deixa as emoções navegarem no mar de lembranças. Sobretudo se mergulhamos em passado alheio que o presente encarregou de fazer nosso.
Mergulhei. Num acto de fé. Disse a mim própria “não há esqueletos que me assustem!”
E assim, de forma talvez impulsiva e certamente apaixonada, resolvi confrontar-me com todos eles (os esqueletos).
Ao princípio alguns ainda me arrepiaram um pouco, pela carga emotiva que conservavam nas ossadas, enquanto os desenterrava. Depois pasmei-me: Não lhes guardo rancor, não os odeio. São apenas tristes, ridículos no seu amontoado tétrico, dignos de dó.
Venci-os. Eles que fiquem enterrados, que eu agora vou mergulhar noutras águas.
Nestas que só passam uma vez…
2 Comments:
At 4:14 da tarde, Anónimo said…
Esse é o estado puro talvez. Em que se perde o medo de enfrentar os fantasmas. em que se deixa de fazer de conta que não existem. Em que os reduzimos à sua verdadeira dimensão de ossadas. (ultra)Passadas.
Todos ambicionam este estado.
Lá irei... Estou a ir, acho.
At 9:50 da tarde, Anónimo said…
"São apenas tristes, ridículos no seu amontoado tétrico, dignos de dó."
*** CUIDADO! *** Isto é ciúme! Os fantasmas não têm ossadas! Nem tão pouco podem ser apagados por uma paixoneta! Quando muito podes é não ter visto que estás a mergulhar em águas muito densas!!! Nada que umas fortes cabeçadas não te ensinem...
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